Pretendemos ser reconhecidos, nacional e internacionalmente como uma empresa de referência no setor da água em Portugal, pela qualidade do serviço prestado, inovação, competência, eficiência, sustentabilidade e criação de valor.

António Frazão em conferência sobre “Economia circular”

Com a moderação de Filipe Alves, diretor do Jornal Económico, realizou-se o observatório sobre economia circular no dia 23 de outubro, com a intervenção de António Frazão, presidente da Águas do Tejo Atlântico. Esta iniciativa contou ainda como oradores, Nuno Lacasta, presidente da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, Ana Morais, vice-presidente da direção da Associação Smart Waste Portugal, Sofia Santos, economista e professora universitária e Licínio Pina, presidente Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola.

António Frazão inicia a sua intervenção reforçando o papel da Águas da Tejo Atlântico como uma indústria que tem matéria-prima, e um produto final que pode ser reutilizado, a água residual, e ainda subprodutos como lamas, fósforo ou azoto. O presidente da Águas do Tejo Atlântico sublinha ainda a importância da utilização da água reciclada, que tem qualidade, para fins como lavagens de ruas, jardins, ou até para agricultura.

“Uma das dificuldades da água é armazenar e estar disponível. Os Estados Unidos, por exemplo, fazem recarga de aquíferos ou armazenam água em grandes albufeiras e em períodos de seca utilizam água que está armazenada no subsolo.”

Para esclarecer a sua ideia, António Frazão refere que “Num período de seca, se tivermos 2/3 anos de seca, quanto é que isso vai valer ter água armazenada? Não só para abastecimento mas como para a agricultura. É uma reflexão que temos de fazer. Temos que preparar o país para armazenar água de maneira a poder reutilizá-la quando ela faltar.”

António Frazão destaca ainda o foco da empresa na área da inovação. “Outro aspeto simples que nos leva a crescer na inovação e na economia circular é que vamos ter grandes desafios a curto prazo ao nível de mãos de obra e arranjar pessoal qualificado. Temos que ter gente capaz que faça. Temos que apostar na redução de custos, com o objetivo de não aumentar as tarifas e ter mais gente. Onde é que podemos reduzir custos? No consumo de energia elétrica, nas lamas que tem um custo grande no tratamento da água+, e outros aspetos, de modo a reduzir custos e equilibrar a situação.”

Relativamente à água reciclada, Nuno Lacasta avança com o desenvolvimento de um projeto piloto, “Cerca de 40 Fábricas de Agua do país vão ser pilotos. Num determinado período, vamos testar em que medida é tecnicamente viável, conjugando saúde pública, regulação, proteção ambiental, a rega de espaços públicos e limpeza de ruas, numa dimensão mais urbana.”

Na sua intervenção, Nuno Lacasta, presidente da APA, explica que “No contexto europeu, com a população a crescer, temos que olhar para os recursos de maneira diferente. Eles tem de ser retomados à economia. Temos uma enorme dependência de recursos externos para o nosso nível de vida. Na casa dos 9% dos materiais, das matérias-primas são geradas na Europa. E nas 20 mais importantes matérias-primas, esse valor ainda é inferior. Historicamente temos que importar a grande parte das matérias-primas que consumimos.”

O presidente da APA, refere que “A economia portuguesa, comparada com a média europeia, é pouco eficiente no ponto de vista da utilização dos materiais. Também é uma economia muito dependente energeticamente. Isto significa que temos uma oportunidade, ao nível da eficiência energética, da reutilização de materiais. Há margem para fazermos melhor.”

Das principais conclusões, foi consensual que Portugal está a passar por uma fase de mudança, em que se procura passar de um modelo de economia linear para uma economia em que os recursos são introduzidos na economia e deixam de ser resíduos. O diálogo entre os vários agentes económicos é visto como fator fundamental para que sejam encontradas soluções.